Silhouette of a man that perceives a mysterious and encrypted message, that needs to be decode to decipher the message.

Redação

Data

July 12, 2021

Sumário

Artigo de Opinião de Tiago Almeida publicado na revista Human Resources Portugal

Tiago Almeida, Web Developer da Decode, assinou o artigo "Como os videojogos ajudam a desenvolver competências profissionais (da resolução de problemas à decisão sob stress)". Publicado originalmente na revista Human Resources Portugal, pode ser lido de em seguida.

Na fase de pandemia, os hábitos que marcavam o ritmo das nossas vidas tiveram de mudar. O distanciamento social tornou-se norma e levou a uma mais intensa utilização de momentos digitais. A escolha de uns recaiu no visionamento de séries e filmes. Outros optaram por uma maior interação em redes sociais, na consulta de informação ou mesmo no jogo de videojogos.

Jogar videojogos passou a ser uma das armas que utilizei para ajudar a superar o isolamento social. Permitiu que a minha interação humana passasse a ser feita online sem sobressaltos de maior. Ao longo deste período estabeleci contacto com várias pessoas de países e culturas novas. Os jogos digitais foram também uma fonte de crescimento e de desenvolvimento de competências.

É sabido que a conectividade e os videojogos ajudam ao desenvolvimento de diversas “soft skills” por parte de quem faz dela grande uso. Posso enumerar valências ao nível do: pensamento crítico; criatividade; capacidade de resolver problemas; colaboração; comunicação; e capacidade de decidir em situações adversas. Estas características são bastante importantes no mundo “exterior” seja para criar e estreitar amizades na vida social ou em âmbito profissional. Quem trabalha em equipa, está a partilhar uma experiência de entreajuda semelhante àquela tarefa requerida num jogo online, por exemplo.

Existe evidências que sugerem que os videojogos podem ser um lugar seguro para promover interações sociais e o desenvolvimento de todo o tipo de pessoas, inclusive as que têm perfis mais vulneráveis:  com transtornos do espectro do autismo; com sintomas depressivos; com ansiedade social; inseguras ou tímidas.

Pessoalmente, aprendi e continuo a aprender muito em ambiente de videojogos. Passei a ter a perceção e a capacidade de ver um problema de diversos ângulos, por exemplo. Muitas das vezes chega-se a um ponto no jogo em que nos encontramos bloqueados na ação. Ao longo dos anos adquiri capacidade de controlar o temperamento, aprendi também que o erro não é o fim do mundo, mas sim uma oportunidade de melhorar a performance. Para nos podermos tornar bons num jogo é preciso conhecer bastante bem as regras e desenvolver certas competências. Para isto tudo acontecer e necessário falhar muitas vezes fazendo assim parte de um processo de aprendizagem.

Resumindo, jogar online no tempo de lazer ou em fases extremas como a de pandemia é uma arma útil para promover conexões e, ao mesmo tempo, desenvolver competências que ajudam uma pessoa a ter uma melhor vida profissional e pessoal. Os videojogos recolhem a preferência de muitas crianças e jovens e devem ser reconhecidos como uma fonte de apoio social e de desenvolvimento.