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Redação

Data

October 4, 2021

Sumário

Artigo de opinião de Tânia Santos sobre felicidade corporativa publicado na Exame

Tânia Santos, Hapiness Manager da Decode, assinou um artigo de opinião na Exame sobre a felicidade e o bem-estar das pessoas no trabalho. Com o título “Felicidade corporativa: ilusão ou as pessoas vêm mesmo primeiro?” o texto pode ser lido integralmente abaixo.

Muito se tem falado sobre a felicidade das pessoas nos locais de trabalho. É um tema sexy, quente e que está na moda, em grande parte, devido à importância que ganhou devido a tudo o que vivemos por causa da pandemia.

Todos concordamos que, apesar de vivermos tempos desafiantes, estes apresentam aspetos positivos, tendo potenciado a possibilidade de se trazer ao de cima assuntos sensíveis e que têm como intuito fazermos mudanças profundas na forma como pensamos, como vivemos e claro está, como encaramos o trabalho.

No entanto, no que diz respeito à felicidade corporativa, mais concretamente como a vemos a ser trabalhada, abordada e a intenção por trás da mesma, esta pode ser fonte de discórdia e debate.

A meu ver, está na hora de a encararmos numa perspetiva de 360°, sem tabus, sem assumir lados e com a maior das sinceridades, tirando dela o melhor que tem para nos dar.

Primeiro passo: Abordemos o tema de forma pragmática e estratégica, sem esquecer o bem maior que se pretende atingir.

Muitos dizem: “A felicidade é uma estratégia de employer branding, que as empresas usam a seu favor” ou “Dizem que se preocupam, mas o foco continua a ser os resultados e não as pessoas”.

Isto é em parte verdade.

Mas como tudo na vida, existem os dois lados da mesma moeda e não podemos simplesmente ignorá-los e denegrir algo, matando desde logo uma visão que a todos irá trazer vantagens e benefícios.

Está na hora de encarar a felicidade como algo essencial para o dia-a-dia das empresas e das suas pessoas. Está na hora de olhar para os factos e tirar valor disso para um bem comum e maior. Estamos na fase de abrir as negociações, de nos sentarmos à mesa e chegarmos a um acordo diplomático entre aqueles que se movem pelas pessoas e aqueles que pensam tendencialmente em resultados.

E isto leva-nos ao:

Segundo passo: Afinal o que é a felicidade corporativa aos olhos das pessoas e aos olhos da Organização?

Comecemos por dizer que não bastam ofertas de brindes, mesas de ping-pong, fruta e chocolates. É uma parte, mas não chega. O tema é muito mais profundo que isso, porque na realidade envolve pessoas, e nós humanos somos complexos, o que é algo fantástico (e complicado)!

De forma simples, mas sem querer ser simplista, a felicidade é um emaranhado de fatores externos, internos, materiais e não-materiais. Toca na motivação, influencia comportamentos e arquiteturas de escolha.

Quando se fala em felicidade no local de trabalho, existem como dizia anteriormente, duas perspetivas:

– A das pessoas, que estão a dar uma boa parte do seu tempo, conhecimento e competências em prol de um objetivo comum e esperam acima de tudo reconhecimento (material e não material) e uma oportunidade de desenvolvimento;  

– E a segunda perspetiva, a das Organizações. Aquelas que dependem de uma estratégia, de uma estrutura que funcione e de pessoas que executem. Mas sobretudo, de resultados que se possam analisar e dinheiro para que possam funcionar e suportar tudo o resto.

Naturalmente, cada um irá sentir e guiar-se pela sua realidade. Mas existe um meio termo, um ponto onde ambos se conectam: as Pessoas precisam das Instituições assim como estas precisam das Pessoas.

Está tudo ligado e sejamos francos, vivemos num momento onde nos apercebemos a falta de empatia que existe. Precisamos de ter nas empresas profissionais que se focam nos números e resultados, bem como profissionais que se importam genuinamente com as pessoas, para que a “máquina” possa funcionar. Fatores motivacionais e intenções à parte, a felicidade corporativa deve ser vista como um trabalho de colaboração entre todos os que fazem parte da mesma Organização.

E isto leva-nos ao:

Terceiro passo: Foco no que realmente importa.

Não existe na realidade um manual e uma maneira certa ou errada de fazer as coisas.


Existem diversas realidades, objetivos e meios. E com isso em mente, resta ser criativo e focado em trazer soluções de valor, sabendo desde logo que muitas dessas “soluções” podem falhar. É a vida. Aprendemos, melhoramos e seguimos em frente!

Acima de tudo o melhor que podemos oferecer, para começar, é honestidade e transparência, sabendo que daremos sempre o melhor, mas que nem sempre vai funcionar e ser perfeito.

Com isto em mente, já temos certamente grande parte da coragem e resiliência necessárias em qualquer processo de mudança.

Paremos então de continuar a olhar para o que nos separa e aproveitemos o momentum para perceber o que nos une e de que forma podemos trazer soluções que acrescentem valor a todos os lados e envolvidos.

Independentemente do que nos move, o que importa é a visão: aumentar os níveis de felicidade e bem-estar das pessoas.

O resto…é apenas barulho e distração.